06/06/2009

Cidade da Guarda

Numa das ruas da Cidade da Guarda, uma placa de mármore imortaliza a sua fundação. Nela se encontra inscrita a célebre cantiga de amigo que D. Sancho I dedicou e ofereceu à sua amada “Ribeirinha”:

“Ay eu coitada,
Como vivo em grande desejo
Por meu amigo
Que tarda e não vejo!
Muito me tarda
0 meu amigo na Guarda!”

Local de grande antiguidade, pouco se conhece da sua história devido à escassez de documentos escritos. Porém os muitos vestígios encontrados permitem situar a primitiva ocupação desta região no final do período Neolítico e início do Calcolítico. Testemunho significativo dessa primitiva ocupação é a Anta de Pêro Moço, datada do III milénio antes da era cristã. Mais recentes são os vestígios de várias explorações mineiras, datadas da Idade do Bronze e da Idade do Ferro.
Provável castro destruído pelos romanos durante as suas lutas contra os combativos serranos. Durante a ocupação romana aqui teria existido um povoado importante denominado “Lancia Opidana”, que mais tarde durante a ocupação sueva teria passado a denominar-se “Warda”.


25/04/2009

A escaramuça de Vasco da Gama

Numa noite do ano de 1402 regressava Vasco da Gama à casa que então habitava em Setúbal.

Embuçado para se abrigar do frio ou esconder possíveis amores, a história não o revela - recordemos que o futuro herói tinha então cerca de vinte e cinco anos e era solteiro -foi pelo alcaide julgado um mafeitor, o que provocou alguns desaguizados com esse representante do rei e com os juízes da cidade.

04/04/2009

Flora Portuguesa

Rosmaninho
Lavandula pedunculata


Pequeno arbusto lenhoso, facilmente identificável pelo característico aroma, um pouco parecido ao da alfazema de perfumaria e pelas espigas violetas, compostas por pequenas flores tubulares e labiadas, aninhadas entre brácteas quase da mesma cor que coroam a pequena copa.


É da família das alfazemas ou lavandas e encontra-se distribuído por quase todas as regiões do país, habitando em abundância nas matas e formando os matagais que primeiro colonizam os terrenos privados de coberto arbóreo ou arbustivo alto, chegando na Primavera a tingir de violeta enormes extensões de áreas incultas por todo o sul, interior e oeste portugueses.


Em Portugal, é possível encontrar cinco espécies de rosmaninho, embora o vernáculo as reúna sob um único nome vulgar Lavandula pedunculata.


São plantas aromáticas e medicinais e com as suas flores fabrica-se uma infusão (15 por 1000 ml), potente estimulante anti-pasmódico e tónico. Esta infusão é também aconselhada para a asma húmida e catarros crónicos.

Lisboa

A história de Lisboa, como urbe de grande importância peninsular, inicia-se cronologicamente com a chegada dos primeiros colonizadores do Lácio, no decurso do século II a. C. Até então, o aglomerado urbano, estabelecido a 16 km da foz do rio Tejo, conhecera uma longa e fértil história. As jazidas paleolíticas encontradas na colina hoje abraçada pelo Castelo de S. Jorge remetem a presença humana na região a um período próximo do Calcolítico.
Os Tartéssios, povo peninsular de origem africana, foram, provavelmente, os primeiros a estabelecer relações comerciais com os Celtas e Iberos, Gregos, Fenícios e Cartagineses, todos eles atraídos pelo seu seguro porto. Aos Gregos, segundo se pensa, deve-se a origem etimológica de Lisboa, quer derivada do nome de Ulisses, famoso rei de Ítaca, quer, como pensam outros autores, como forma alterada da expressão “Elasipos, ”culto helénico referenciável na história primitiva da Atlântida.

O domínio romano, povo que chegou em 205 a. C. e ocupou a colina fortificada que era então Lisboa, aproveitando as estruturas urbanas legadas pela “Alis Ubbo” fenícia, revelou-se na Felicitas Júlia Olissipo, município da província da Lusitânia.
Os seus limites, nessa época, situavam-se no esteio do rio que penetrava até ao Rossio, na colina onde se desdobra a actual Alfama e na acrópole situada no Castelo.
Construíram-se muralhas, ergueram-se templos, aquedutos, quintas e “vilas” pretorianas, romanizaram-se a administração, a língua e os hábitos, rasgaram-se estradas e pontes conducentes ao coração do Império e fez-se de Lisboa um dos mais laboriosos centros económicos e políticos da península. Cidade próspera, com um teatro, termas, fórum e templos.

27/03/2009

Fauna Portuguesa

Bispo-de-coroa-amarela
Euplectes afer

Espécie de origem africana, introduzida recentemente em Portugal, provavelmente no final da década do oitenta, por isso a sua reduzida ocupação geográfica.

Pequena ave, da família dos tecelões, é facilmente detectável pela exuberante e garrida plumagem, principalmente do macho, que no período de nidificação, Primavera e Verão, nos surge com as suas penas amarelas e pretas em sítios de fácil visibilidade. O tom dominante é o amarelo, que abrange a maior parte da cabeça, do dorso e da cauda. As fêmeas tem menos visibilidade e são facilmente confundidas com o “pardal-francês” por serem mais acastanhadas.
Durante o Outono e Inverno a espécie passa mais despercebida devido aos tons acastanhados que então assume a sua plumagem.
Esta espécie pode ser observada em zonas palustres com vegetação emergente, estando presente no Litoral Norte: no Baixo Mondego e na Ria de Aveiro. Na região de Lisboa surge-nos no estuário do Tejo, principalmente na Ponta da Erva e no Paul da Barroca. No Alentejo é frequente no Estuário do Sado.

25/03/2009

Bragança

Com uma existência milenária envolta na bruma dos tempos, Bragança era já no tempo dos romanos uma povoação importante. Aqui se situaria Juliobriga e por aqui passava a estrada romana, referida no Itinerário de Antonino e conhecida como a VIA XVII, que ligava Braga (BRACARA), Chaves (AQUAE FLAVIAE), passava pelo Castro de Avelãs, nesta zona situar-se-ia a Mansio Compleutica e seguia para Astorga (ASTURICA).
Passaria nas pontes das Carvas e de Gimonde. Em Babe existiria uma provável statione no lugar do Sagrado. De referir a existência de diversos marcos miliários, ao longo deste trajecto.
Destaque também para as necrópoles dos Quatro Caminhos e do Couto, ambas em Vale de S. Francisco. O topónimo deriva da palavra brigantia, que se transformou mais tarde, em Bregança ou Bergancia, acabando por tomar a forma actual.
Por aqui andaram os Suevos, os Godos e os Árabes. Durante as guerras entre cristãos e árabes foi saqueada e completamente destruída. Fernão Mendes, poderoso rico-homem da corte de D. Afonso Henriques, reconstruiu-a.
D. Sancho I concedeu-lhe foral em 1187 ...

23/03/2009

D. Fuas Roupinho

Apesar de ter o seu nome intrínsecamente ligado à vila da Nazaré, é controversa, por falta de documentação coeva, a existência de D. Fuas Roupinho.
Apenas a partir do século XVI as crónicas referem a sua existência como guerreiro que apoiou D. Afonso Henriques e foi almirante da frota portuguesa.
Verdadeira ou falsa, a tradição refere que em 1179, ao saber de um ataque mouro a Porto de Mós, D. Fuas Roupinho, com alguns homens de armas, atacou o arraial inimigo de madrugada, capturando alguns dos seus chefes, que levou depois para Coimbra, onde D. Afonso Henriques estanciava.
Como recompensa, D. Fuas Roupinho foi nomeado alcaide-mor de Porto de Mós. Veio a encontrar a morte num combate naval com forças sarracenas muito superiores.

 
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